abril 14, 2010

INOPERÂNCIA DO BANCO DE SORO ANTEPEÇONHENTO DE CAIRU FAZ VÍTIMAS


Em ofício datado de março de 2008, enviado à direção do Centro de Informações Antiveneno da Bahia, relatando a crescente incidência de números de ataques de animais peçonhentos, particularmente cobras, inclusive com diversos óbitos, obtive retorno imediato de providências da implantação de Banco de Soro Anti-peçonhento no município de Cairu (BA). Na oportunidade a referida instituição de saúde esclareceu que os acidentes por animais peçonhentos constituem agravo de notificação compulsória com riscos para a vítima, que deverá receber além do soro específico todo o suporte médico hospitalar que o envenenamento exige.

Ademais, rebatendo o anúncio feito à época pela administração municipal para aplicação dos soros, frisou no documento que, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não é exigida para aplicação dos soros, uma vez que sua necessidade se restringe para os casos graves que geralmente ocorrem quando os pacientes não recebem o soro precocemente, como recomenda o Programa Nacional e Estadual, sendo Cairu área abrangida pelo referido programa e, administrativamente, está ligada a 5º DIRES sediada em Gandú, responsável pala implantação do banco.  

Segundo o CIAVE, para a instalação do Banco de Soros é indispensável atendimento médico 24 horas todos os dias da semana; geladeira para acondicionamento dos soros que deverão permanecer sob refrigeração constante na temperatura entre 2 e 8ºc; e profissional designado para o controle dos soros e notificação dos acidentes quando ocorrem.

Lamentavelmente, há muito tempo a atual administração  de Cairu não vem cumprindo tais determinações. E o que é pior: a cada caso de pessoa atacada por cobra o procedimento tem se limitado a remoção da vítima até a Santa Casa de Misericórdia de Valença ou o Hospital de Santo Antônio de Jesus, e posteriormente é feito o transporte do soro de Cairu para estas unidades de saúde. Como resultado desse desrespeito, há aproximadamente um ano uma turista, procedente de Boipeba, faleceu em função da demora do recebimento do soro. Outra pessoa atacada, também procedente da mesma localidade, quase teve idêntico destino, uma vez que a ambulancha não funcionou, certamente por falta de manutenção preventiva.

Recentemente, mais uma vítima, residente no Capara (Areal / Boipeba) teve que ser levada às pressas para o Hospital de Santo Antônio de Jesus.

Visando sanar tal irregularidade já fizemos contato com a 5ª DIRES que é responsável pela distribuição dos soros anti-peçonhentos nessa região, através da diretora Dra. Elizabeth Pinto de Almeida, além da enfermeira técnica e responsável pelo Programa de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos na DIRES.
Além dessa medida, demos conhecimento do problema ao CIAVE- Centro de Informação Anti-Veneno do Estado da Bahia.

Elisete Souza
Conselheira do Jornal O Pescador
Pescadora Artesanal licenciada pelo IBAMA
Sócia da AMABO – Associação dos Moradores e Amigos de Boipeba
Membro da ONG Cairu Livre

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