agosto 11, 2010

ONU declara acesso à água um direito essencial...

No mês passado, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que o acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, fato que revela a preocupação da entidade com a situação de quase 900 milhões de pessoas em todo o mundo sem acesso a fontes de água limpa.
Representante do Brasil no evento declarou que o direito à água potável e ao saneamento básico está intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde, à alimentação e à habitação, sobretudo para as comunidades de baixa renda.
O texto da resolução manifesta profunda preocupação com o fato de 884 milhões de pessoas em todo o mundo não terem acesso a fontes confiáveis de água potável e de mais de 2,6 bilhões não disporem de saneamento básico. Estudos também indicam que cerca de 1,5 milhão de crianças menores de cinco anos morrem e 443 milhões de aulas são perdidas todos os anos no planeta por conta de doenças relacionadas à potabilidade da água e à precariedade dos serviços de saneamento básico.
O evento defendeu a inclusão em seu relatório anual sobre o tema a situação do acesso à água potável e ao saneamento básico. As análises se concentrarão nos desafios a serem superados para que haja direito universal à água e aos serviços de saneamento e no progresso dos países rumo ao cumprimento das Metas do Milênio.


... enquanto isso, no município de Cairu,
a água é contaminada
pelo chorume dos lixões e coliformes fecais
Mesmo após mais de quatro séculos de fundado, o município de Cairu, na Bahia, não dispõe de saneamento básico. Atualmente assistimos obras de calçamento de ruas. Porém as águas das chuvas e uma enxurrada de lixo são desviadas para córregos e rios, como é o caso do Rio Ipiranga, na ilha de Boipeba, que recebe as águas do Ribeirinho. É o que se pode chamar de obras de fachada, afinal de que adianta fazer calçamento sem rede de esgoto? Vale destacar que no passado o Rio Ipiranga servia para a lavagem de roupa e pratos pela população carente. Hoje, encontra-se poluído e, irresponsavelmente, estudantes são convocados a participarem de mutirões para a coleta de lixo, sem qualquer equipamento de proteção.

Fossas são drenadas no mangue
que também é invadido e prolifera lixo

Em Boipeba também predominam as fossas. Vergonhosamente, até alguns estabelecimentos comerciais do ramo hoteleiro mantém fossas e quando estas transbordam, os dejetos são canalizados para o mangue, através de tubulações camufladas, visíveis somente quando a maré está seca (confira nas fotos abaixo), poluindo, assim o Rio do Inferno, onde vemos diariamente crianças inocentes a se banharem.

  Imagens de tubulações de fossas que jogam dejetos no mangue, em Boipeba.
 

Cano camulfado debaixo de uma canoa

 
Cano despejando dejetos no mangue
Imenso duto visto da ponte do Areal canaliza coliformes fecais para o mangue
 Invasão e lixo no mangezal
Não podemos deixar de registrar a ilegalidade que estão praticando no mangue, invadindo boa parte de sua extensão, o que também pode ser conferido através destas imagens.





Boipeba: lixo e grande invasão do mangezal 

Lixão a céu aberto
Outro grave problema é a existência de lixões a céu aberto bem distantes do centro da ilhas. No local é descartado lixo orgânico, inorgânico e hospitalar, além há realização de queimadas que emitem gases na atmosfera agravando o efeito estufa e o aquecimento global.
Veja as imagens abaixo do mini lixão no centro da ilha e do lixão em Boipeba

                                          
Toda essa situação explica a causa de muitas doenças de difícil diagnóstico, que afetam, sobretudo, crianças. Apostando no escuro geralmente as doenças são diagnosticadas como contaminação por bactéria (?), virose (?)... Essas denúncias já são do conhecimento do Ministério Público do Estado, que adota uma postura de omissão diante de fatos tão graves, contentando-se com explicações recheadas de inverdades por parte dos órgãos competentes da atual administração municipal, quando o correto seria a promoção de diligências para apurar os fatos através de inspeções no local.
Agora só nos resta apelar para instituições a nível federal na tentativa de acabar com essa vergonha, afinal, lembramos que estamos tratando de uma APA (Área de Proteção Ambiental).




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